6.04.2016

A turma EFA 2B3B

Empenho.
Eis a palavra-chave que abriu, neste ano letivo, a porta ao conhecimento e à partilha. Empenho em aprender, empenho em (re)descobrir potencialidades pessoais e sociais, empenho em participar produtivamente nas atividades, empenho em refletir criticamente sobre o quotidiano e sobre escolhas individuais, remapeando atitudes, comportamentos e valores.
Em suma, empenho em saber mais e em ser-se mais atento, mais generoso, mais humano.

A breve seleção de trabalhos divulgados neste blogue são a expressão desse comprometimento.

Bem-hajam.

A Formadora
Cláudia Silva

Livros imaginados


  • Unidade(s) de competência: B, C e D
  • Descrição da atividade: construção da capa e da contracapa de um livro imaginário.

O título de um livro, a imagem que o acompanha e o texto presente na contracapa, entre outros elementos, permitem antecipar sentidos.  Os formandos da turma 2B3B sonharam histórias, inventaram personagens, lugares e tempos. Eis os seus livros imaginados!

O livro de Paulo Pinto

O livro de Alan Francisco
                   

O livro de Dulcelino Tavares
                 

O livro de Maria Aparecida Silva
                 

O livro de Ana Paula Costa
                 

O livro de Marísia Cardoso
                 


Carta perfumada


  • Competência(s)-chave: C
  • Descrição da atividade: redação coletiva de um poema, a partir das metáforas obtidas através do jogo surrealista "Cadáver esquisito".


Carta perfumada
Enviaste-me uma carta perfumada
Que não sossegou a minha paixão inquieta, o meu rio tumultuoso!
Afundei-me na saudade incessante
Do nosso amor distante.
(Parece-me memória longínqua…)
Ah! Se eu tivesse uma bola de cristal,
Fosse eu mago ou feiticeiro,
E tornaria infinito o instante
Em que te contaria o meu sonho secreto.
Aquele que guardo no cofre negro do peito
E anseio contar-to de qualquer jeito!

Quero voltar a beijar-te como o sol beija o mar azul!

Mas sou barco naufragado,
Sou viagem perdida,
Sou solidão sombria.

A turma 2B3B

Cadáver esquisito

  • Competência(s)-chave: B e C
  • Descrição da atividade: criação livre de metáforas, a partir do jogo praticado pelos poeta surrealistas, "Cadáver esquisito".

Pintura de Vladimir Kush
Criar metáforas é mais fácil do que se pensa. Os formandos da turma 2B3B fizeram-no brincando. Juntando frases soltas em resposta a duas simples perguntas, os alunos obtiveram o mais inesperado dos resultados...

O que é um/uma?
É um/uma…
amor distante
saudade incessante
flor rara
livro esquecido
carta perfumada
melodia terna
paisagem luminosa
tesouro perdido
memória longínqua
sorriso encantador
estrada infinita
poema belo
vento ansioso
viagem perdida
nuvem elegante
tela branca
sonho secreto
gato misterioso
mar azul
canto profundo
solidão sombria
rio tumultuoso
cofre escuro
barco naufragado

Apresentação de livros

  • Unidade(s) de competência: A, B e D
  • Descrição da atividade: num primeiro momento, análise dos elementos paratextuais de um livro. Posterior preenchimento de uma ficha de registo. Finalmente, apresentação oral do livro e da análise feita.










A união de uma família

  • Unidades de competência: C e D
  • Descrição da atividade: de início, visionamento do filme "A família Bélier", seguindo-se uma discussão, em grande grupo, sobre o conteúdo e mensagem do filme. Por último, redação de uma crítica coletiva ao filme.
  • Atividades intermédias: i) análise e tomada de notas da estrutura e das finalidades de uma crítica; ii) leitura e interpretação de um texto-modelo.

Crítica ao filme "A família Bélier"


A união de uma família
            O filme "A família Bélier" (título original La famille Bélier) não é para os fracos de coração! Emocionante, esta película mistura brilhantemente momentos de alegria, tristeza, drama e conflito. Um filme sobre a família para a família.
            Os Bélier vivem numa zona rural e dedicam-se à agropecuária e à produção e venda de lacticínios. Tudo nesta família parece normal: as discussões, os gestos de afeto, as cumplicidades…. Porém, não são como as demais famílias: os pais são deficientes auditivos e Louane, a protagonista, tem uma voz de sonho, descoberta casualmente pelo professor de canto da escola. Convidada a participar no concurso "Radio France", em Paris, Louane, intérprete dos pais, vive um doloroso conflito: deixa a família e segue o seu sonho? Ou abandona o seu sonho e permanece com a família? A solução encontrada, no final, irá arrancar do espetador mais difícil uma lágrima comovida.
                Neste filme, não só o enredo é cativante, mas também a performance dos atores é bastante credível e memorável, tornando esta película um dos melhores exemplos da qualidade do cinema francês.
            Sem ser uma obra-prima, é, no entanto, um filme muito interessante e encantador que não deve ser visionado solitariamente, mas sim em partilha com aqueles que mais se ama.


A turma 2B3B

Fim de história

  • Unidade(s) de competência: C
  • Descrição da atividade: redação de um texto narrativo condicionado, com desfecho pré-definido*.
*Destacado a negrito, em cada um dos textos abaixo publicados.

Missão cumprida, por Alan Neto
Os três irmãos, Brian, Fábio e Ricardo, decidiram fazer uma festa surpresa ao seu tio Roger que regressava da marinha no dia seguinte, sexta-feira. Roger era o tio favorito dos três irmãos. Por ser um tio tão querido para os três rapazes, Brian, o sobrinho mais novo, teve a brilhante ideia de lhe preparem uma festa surpresa. Infelizmente, estava muito em cima da hora, pois era já a quinta-feira à tarde. Para não perder mais tempo, Brian convocou para uma reunião os seus irmãos,  a fim de lhe contar o plano da festa.
O Fábio e o Ricardo chegaram da escola bastante ansiosos para saber do que se tratava a importante reunião, todavia, Brian não adiantou muito. Chamaram a mãe e todos se juntaram na sala. Brian já tinha tudo pensado, os preparativos, os convidados e uma querida homenagem em vídeo da família. Brian contou-lhes tudo isto. A reação dos irmãos e da mãe foi muito positiva. Todos ficaram muitos animados. Só havia um problema: o tempo e a falta dele.
Fábio, o irmão do meio, que tinha quinze anos, perguntou:
- Como vamos conseguir preparar tudo isso, se o nosso tio chega amanhã às oito horas? Será que teremos tempo?
Então, disse o Ricardo, o irmão mais calmo e mais sábio, que também era o mais velho:
- Acalma-te, Fábio. Tenho a certeza de que nós vamos conseguir! Missão dada é missão comprida! Não é mesmo, Brian?
Por sua vez, Brian respondeu:
- Sim, claro, Ricardo! Como já vos tinha contado está tudo bem pensado. Agora, cabe a vocês concordarem e cruzarem os dedos para que dê tudo certo. Aproveitaremos que amanhã não há aulas!
Claro que eles concordaram. O Brian decidiu que o Ricardo e sua mãe arrumariam a casa e tratariam de todos os outros preparativos. O Fábio ligaria para o seu tio Roger e pediria ele que o levasse ao jardim zoológico pela manhã e à floresta pela tarde para que ele pudesse fazer algumas experiências de modo a finalizar um trabalho da escola, pedido pelo professor de ciências. Depois, voltariam para casa. É óbvio que tudo era uma pequena mentira, para que o tio tardasse a chegar à casa dos sobrinhos, que, deste modo, teriam mais tempo para ultimar os preparativos da festa.
O Fábio ligou, então, ao tio Roger, tentando convencê-lo a dar o tal passeio, primeiro, ao jardim zoológico, depois, à floresta. O Fábio argumentou o melhor que soube, salientando que aquele era o último dia para terminar o trabalho e também que não havia mais ninguém que o pudesse levar ao jardim zoológico e à floresta. Naturalmente que o tio Roger apenas estava “fazendo jogo duro”, ao recusar, inicialmente, o pedido do sobrinho Fábio. Já era de se esperar! Roger riu-se e, em seguida, confirmou, dizendo que não o Fábio não tinha nada com que se preocupar, que estava morrendo de saudades dele e que passariam o dia juntos com grande prazer e que ainda o ensinaria a sobreviver na floresta, como havia aprendido aquando do seu treinamento na marinha.
Assim aconteceu. Em, casa os irmãos Brian e Ricardo e a mãe prepararam, carinhosamente, a festa, ficando à espera da chegada de Fábio e de Roger. De repente, ouviu-se o barulho do portão. Em seguida, apagaram as luzes da sala e esconderam-se. Quando, o Roger abriu a porta da sala, ficou bastante emocionado com a surpresa. No entanto, também a resto da família ficou surpreendida ao observar a incrível cena que se desenhava diante dos seus olhos! Todos começaram a dar risadas, principalmente o Brian e sua mãe, que não conseguiam parar de rir. Ali, na soleira da porta acabada de abrir, estava o Fábio completamente enlameado e com cara de poucos amigos. Afinal tudo tinha corrido como haviam planeado!


Uma viagem de sonho?,  por Paulo Pinto

No dia da viagem, estava uma noite escura, chuvosa e bastante fria. Ninguém previa aquele acontecimento terrível…
O João, irmão da Maria, tinha a sua viagem marcada para Londres, onde iria frequentar um curso de teatro. O João era um rapaz bastante ambicioso e perseverante. Desejando fortemente vir a ser um grande ator e movido pela enorme vontade de querer concretizar os seus sonhos, o tempo horrível não o fez mudar de ideias. Não alterou a data da viagem, tal como lhe havia pedido, insistentemente, a sua mãe. O João queria ser independente, já tinha em Londres uns amigos que lhe arranjariam trabalho e já tinha feito a sua pré-inscrição na faculdade. Nada o iria demover da sua decisão de partir naquela noite.
Quando chegou o momento da despedida, a sua irmã Maria e a sua mãe estavam muitíssimo preocupadas com o mau tempo que se fazia sentir.
A mãe disse-lhe, mais uma vez:
 - João, tens todo o meu apoio para prosseguires nesta etapa da tua vida, mas peço-te que tenhas muito cuidado com esta viagem. O tempo não estava nada tranquilizador.
               O João respondeu à mãe, mostrando já alguns sinais de agastamento:
                 - Sim, mãe, eu não sou nenhuma criança! Eu terei cuidado, prometo.
               Levaram-no até ao aeroporto. O João beijou a mãe e a irmã demoradamente. Já na entrada das portas de embarque, o João sentiu um friozinho na barriga, porém, continuou, determinado, o seu caminho e entrou no avião. Aquela sensação estranha que sentira era apenas o receio – natural – de que algo corresse mal, pensou para si mesmo.
 O avião já seguia no ar a uma velocidade estável quando, repentinamente, um dos motores rebentou, obrigando os pilotos a fazer uma aterragem de emergência no aeroporto mais próximo, para  segurança dos passageiros.
Depois de passarem algumas horas no aeroporto, os passageiros foram encaminhados para um novo voo com destino a Londres. Até se sentir seguro, já na casa dos seus amigos ingleses, o João não tinha conseguido respirar e parar de tremer.

E agora nada mais havia a fazer, senão enfrentar a nova etapa da sua vida; enfrentá-la e transformá-la no recomeço dum caminho onde existisse alegria.

A viagem, por Keila Guaraju
     Num solarengo fim-de-semana, a Sandra e o Pedro foram passear; foram conhecer a bela quinta em Faro que pertencia a uma tia de Sandra.
Já instalados, a Sandra e o Pedro saíram muito cedo de casa da tia, pois assim teriam bastante tempo para conhecer todos os recantos da bela propriedade. Regressaram a casa apenas para almoçar.
O almoço em família correu maravilhosamente: conversas animadas, comida deliciosa e bebidas refrescantes compuseram o ambiente. Durante o almoço, a Sandra teceu rasgados elogios à sua tia, felicitando-a pela extraordinária quinta que possuía. A Sandra destacou o grande lago, os jardins verdejantes, as frescas fontes de água e a deslumbrante casa da quinta, sobretudo a imponente varanda que corria toda a fachada principal do imóvel.
A conversa foi, contudo, interrompida pelo som agudo do telefone. O Pedro foi chamado a atender. Quando se sentou novamente à mesa, o seu rosto denunciava um claro sentimento de aborrecimento. Fora o seu patrão que lhe ligara, pedindo-lhe que partisse na manhã seguinte para Londres, a fim de resolver alguns assuntos da filial londrina da empresa. Todos se sentiram tristes ao receber esta notícia, sobretudo a Sandra, pois este fim-de-semana era para ser inesquecível (assim o tinham planeado).
Ao cair da noite, o Pedro regressou, então, para Lisboa. Já em casa, preparou a mala para partir de viagem ao romper do dia.
Já no aeroporto, o Pedro telefonou à sua tão amada esposa. A Sandra atendeu a chamada e os dois conversaram um pouco, lamentando o imprevisto acontecido. O Pedro embarcou passados uns minutos.
Em Londres, tornou a telefonar à sua esposa para lhe dar notícias e a tranquilizar. A viagem havia corrido bem dali a uns breves dias retornaria a casa. Porém, quando chegou ao escritório, descobriu que teria de ficar em Londres por um período de tempo bem mais alargado do que aquela que pensara.
Os dias foram passando e cada vez mais a saudade de Sandra apertava o coração apaixonado de Pedro. Os dois falavam-se demoradamente todas as noites, mas isto não bastava para matar as saudades. Ao chegar a véspera do regresso, o Pedro sentia que não seria capaz de aguentar tanta ansiedade! Afinal, em cinco anos de casados nunca se tinham separado por tanto tempo…
No dia seguinte, após uma noite muito mal dormida, em que cada um dos  tic-tacs dos ponteiros do relógio ecoaram penosamente na sua mente, o Pedro estava, finalmente, de regresso a casa.
Quando o táxi parou em frente à sua casa, a porta abriu-se e ali estava ela! Era o momento esperado, p momento tão desejado do reencontro!


A casa assombrada, por Ana Paula Costa
Naquela rua existe, agora, uma casa grande, cinzenta e abandonada. Mas nem sempre foi assim. Que mistério haverá por detrás desta casa abandonada?
Há setenta anos atras, morava nesta casa a família Poldorski. Esta família era constituída por seis membros; Fredirisk e Julieta eram pais de Ricco, Piter, Ranya e Selina. Os Poldorski eram, aparentemente, uma família feliz …
A casa era enorme e os filhos não gostavam muito de lá viver, porque a casa movimentava-se, o que era arrepiante. Os quartos sobravam, mas os meninos faziam questão de partilhar os seus quartos. O medo era bem mais enervante, se permanecessem sozinhos, cada um no seu quarto.
Numa certa manhã, ao pequeno-almoço, os pais conversavam:
 -Julieta, o que achas de permanecemos nesta casa?
- Fredirisk, ao princípio, eu estava feliz. No entanto, fico arrepiada de cá estar até mesmo de dia…
- Que se tem passado, Julieta?
- Bem, há momentos em que me sinto acompanhada e tenho encontrado objetos fora do sítio. Pergunto aos meninos se têm mexido e a reposta tem sido sempre não. Isto é estranho, não achas?
- Não preocupes. Irei falar com vizinhos, para saber mais à cerca desta casa.
Ilustração de Stiven Valerio
(Ah, Fredirisk! Como fizeste muito bem em tomar essa iniciativa. No teu lugar, eu teria feito o mesmo…)
- Bom dia, senhor Dorisk.
- Bom dia, senhor Fredirisk.
- Tenho uma pequena questão a colocar-lhe: esta casa tem alguma história mal vivida ou algo do género?
- Já lá vão muitos anos que os donos não a conseguiam vender, por conta de um… um acontecimento. Vivia aqui uma pequena família. A dona da casa perdeu o seu filho de nove anos ao descer as escadas que dão acesso à cave. Diz-se que o menino se assustara, porque vira uma pessoa sem rosto. A mãe, depois do enterro do filho, não aguentou desgosto e acabou por se suicidar na cave da casa.
- Meu Deus, que tragédia!, exclama Fredirisk.
Assustado, Fredirisk dirigiu-se para dentro de casa ordenando à família que voltasse para a sua casa antiga. Sem demora, assim o fizeram. Chegando a carrinha das mudanças, faltava um dos filhos. Todos começaram a chamar pelo seu nome… Ricco, Ricco? Porém, este não respondia. Então, tiveram a ideia de ir procurá-lo na casa do seu amigo.
Ao fundo da rua lá vinham Ricco e o seu amigo Samuel. Aproximando-se do portão de casa, Ricco e o amigo olharam para a janela do sótão e avistaram duas sombras. Arrepiante!

Entraram em casa de Ricco e subiram o sótão. Afastaram-se, dando passos para trás, com um olhar embasbacado… Não  reconheciam aquelas figuras! Quando os dois amigos conseguiram fugir, desataram a correr e só pararam sentados, ofegantes, no sofá da sala.


Uma Viagem à Madeira, por Dulcelino Tavares
Certo dia, cinco colegas de escola resolveram fazer uma viagem até à Madeira. Entusiasmados, começaram de imediato a organizar a partida. Acertaram os pormenores: o dia da partida, a reserva no hotel, entre outros detalhes. Cada um tinha um plano diferente; um deles queria conhecer a história do arquipélago e os outros quatro queriam sair e ir a festas para conhecer as raparigas daquele lugar.
No dia da partida, já com as malas à porta de casa do André, o mais responsável dos cinco rapazes, chamaram um táxi para os levar ao aeroporto.
O táxi demorou a chegar e os rapazes começaram a ficar impacientes. Passados uns minutos, chegou o transporte.
Dentro do táxi, eles seguiam muito contentes, falando sem parar sobre da viagem. Era a primeira vez que iriam passar tanto tempo juntos.
O Aeroporto de Lisboa não ficava muito longe da casa do André. Assim que chegaram lá, eles estavam ansiosos para entrarem no avião.
Quando chegaram à Madeira, ficaram deslumbrados. Tudo era tão diferente e bonito!
No dia seguinte, de manhã, foram passear. Mal esperavam o que lhe aconteceu…
Uma aranha picou o André. Dorido, ele começou a gritar. Os seus amigos rapidamente chamaram uma ambulância, ficando muito preocupados com aquela situação.
Já no hospital, passados quinze minutos, viram sair da sala de urgências, sorridente, o André.

Afinal tudo tinha corrido bem. O receio inicial fora infundado. Agora que tinha terminado, até os problemas se transformavam em boas recordações.


A Viagem, por Maria Aparecida Silva
Foi no verão passado que eu, o meu marido e a minha neta fizemos uma grande viagem de barco ao Rio Douro. Estávamos muito ansiosos por fazer esta viagem. Porém, quando chegámos junto ao autocarro, a minha neta ficou muito aborrecida. A Joyce reclamou :
 - Que “ganda seca”, ! Só tem velhos nesta viagem! Se eu soubesse, não teria vindo. Pensei que iria encontrar uns “boymagia”, mas só tem velhos! E começou a rir.
O meu marido ficou muito zangado e disse-lhe :
- Sua ingrata! A tua avó pagou-te a viagem e tu ainda reclamas?!
Passámos a noite inteira em viagem Eram nove horas quando chegámos à cidade da Régua, uma cidade pequena, linda e muito organizada. Mal sabíamos, no entanto, que iríamos passar por um grande susto!  
Aquela cidade tinha ruas muito estreitas, as quais o autocarro quase não conseguia atravessar. As ruas eram tão estreitas que muitos passageiros desceram do autocarro com medo do motorista não conseguir fazer as curvas e ter um acidente. Mas chegámos ao nosso destino sãos e salvos.  
Quando chegámos ao barco, que era enorme como se fosse um mini-navio, a minha neta ficou toda eufórica. No barco, estava servido um grande banquete para tomarmos o café da manhã. Havia muitas variedades de bolos, pães e estava tudo maravilhoso! Então, começámos a subir o Rio. Era tudo lindo!
Este passeio foi muito cultural, porque aprendemos muito com o nosso guia turístico. Ele contou-nos muitas histórias sobre as quintas que iam surgindo pelo Rio acima. Levámos oito horas para concluir a viagem, mas foi muito divertido. Almoçámos, dançámos, brincámos muito até terminarmos a subida do Douro. Quando chegámos lá, fomos para um hotel onde passámos a noite, para continuarmos a viagem no dia seguinte.
Assim, na manhã seguinte, fomos visitar várias cidadezinhas que se encontravam naquela periferia do norte. As cidades eram lindas, cada uma mais linda do que a outra! Ficámos encantados com o tamanho das vinhas que eram tão grandes como o céu, perdendo-se no horizonte!

Estivémos também numa cidade, cuja  tradição é fazer bôlas de carne.  Hum, que delícia!
Já estava a escurecer quando viemos embora e, para a nossa falta de sorte, o motorista perdeu-se entrando em uma estrada sem saída. Mais à frente, deparámo-nos com uma ribanceira e ficámos todos apavorados! Como iríamos sair daquela situação que era tão assustadora?
Então, todos os passageiros desceram do autocarro para que o motorista pudesse fazer a manobra de tirar o carro daquele lugar. Ficámos apavorados, uns gritavam, outros choravam, outros correram pela estrada, porque temiam ver o motorista fzendo aquela manobra. Se aquele autocarro caísse na ribanceira, não sobraria nada dele. Ali ficámos por mais de uma hora parados.
 Quando retomámos o percurso de regresso, os ânimos mudaram e começaram, então, as brincadeiras, as músicas, um bailarico, sorteios, karaoke e trocas de lanche. Estava tudo muito bom! Então, disse a minha neta :
 - Gostei muito de passear com os “cotas”. Não quero mais perder esta viagem! Afinal foi muito legal! Fiz novos amigos ainda aprendi muito da história do Douro e passei o dia no Titanic versão pobre.
Afinal tudo tinha corrido bem, o receio inicial fora infundado, o passeio foi agradável e, agora que tínhamos terminado, até os problemas se transformaram em recordações.



Um dia de sol, por Miguel Moreno
Num dia de sol, em agosto, dois amigos, João e Rafa, estavam de férias no Algarve. Este seria o último verão que os dois amigos passariam juntos. O João ia trabalhar fora do país, embora o seu amigo Rafa ainda não o soubesse. Na manhã desse dia quente, levantaram-se cedo para ir para a praia. Pelo caminho, o amigo João foi perguntando ao seu amigo Rafa:
- Rafa, se eu fosse trabalhar fora, era fixe ou não?
Disse o Rafa:
- Claro que era! Mais iria ficar sem o meu melhor amigo...
Respondeu-lhe o João:
- Sabes, Rafa… Eu vou trabalhar fora do país.
O Rafa não estava à espera dessa resposta e perguntou ao amigo:
-Estás a falar a sério, João?
João respondeu-lhe:
- Sim, estou a falar a sério
Aquele seria o último dia de férias juntos. Passaram o dia todo na praia e, quase ao anoitecer, foram-se embora para a casa que tinham alugado. Preparavam as malas para partir durante a noite. O João teve uma ideia e perguntou ao Rafa:
-Então, e já conseguistes trabalho?
Ao que o Rafo lhe respondeu:
-Ainda não. Está complicado…
O João, com sorriso na cara, sugeriu ao amigo:
- Ainda há uma vaga lá. Queres vir também?
O Rafa começou a falar de uma maneira que fez o João pensar que o amigo lhe mentia.
-Achas que é para brincar?, questionou.
-Estou a falar a sério!
Mas Rafa não poderia ir, porque tinha de terminar os seus estudos.
-Não posso ir; tenho que acabar os estudos na faculdade.
Então, o João disse-lhe algo muito importante:
-Então, prometo-te que todos os verões venho cá passa-los contigo!
O Rafa concordou, afirmando:
- Espero bem que sim! O próximo será passado aqui novamente.
E foi assim!

Amizade que é amizade nunca acaba. Agosto terminara. A separação era inevitável. Felizmente havia a promessa de reencontro ano seguinte.



A história feliz de um peixe que falava, por Marísia Cardoso
Há muitos, muitos anos, havia um peixe que falava. Num certo dia, apareceram junto ao rio duas lindas irmãs. Elas gostavam de ir brincar no rio. Quando estavam a brincar no rio, as duas irmãs ouviram a voz de um peixe a suplicar-lhes:  
-Não me matem, meninas! Elas, muito preocupadas, aproximaram-se do peixe e disseram-lhe:
 - É claro que não te vamos matar, meu amigo. Nós vamo-nos embora, antes que a nossa mãe e os nossos irmãos deem pela nossa falta. Até amanhã, amigo peixe. Amanhã, voltaremos para te ver.  
No dia seguinte, as meninas voltaram e ao rio chamaram o amigo peixe:
-Amigo peixe, onde estás?
Ao que o peixe respondeu:
- Estou aqui, amigas. Vocês vieram mesmo? Sim, amigo, viemos e pensámos num nome para te chamarmos: Tobias.
O peixe Tobias, curioso, perguntou às duas irmãs se elas tinham família. Elas responderam-lhe afirmativamente.
-Amigo peixe Tobias, porque perguntas isso?, questionou uma das irmãs.
O peixe Tobias explicou, então, que ele não tinha ninguém. Ao que elas lhe sugeriram que ele viesse viver com elas.
O peixe Tobias aceitou o convite. E, com muito cuidado, foi transportado até à casa das duas irmãs.
O peixe Tobias acabara de encontrar a sua própria família. Agradecendo às meninas, percebeu que os seus problemas se haviam transformado em boas recordações. Tinha uma família e iria viver feliz para sempre.
 
Tobias (o peixe e o moço), pintura de Wellington Virgolino